Alimentação na Infância - Dicas para melhorar a alimentação do seu filho

Na infância, a alimentação saudável é um dos fatores determinantes para o normal crescimento  e  desenvolvimento da criança, prevenindo por outro lado, doenças associadas à má alimentação, tais como a obesidade.

Os hábitos alimentares aprendidos durante a infância determinam os comportamentos alimentares na idade adulta. Os pais, a família e os educadores em geral desempenham um papel muito importante na aprendizagem do “saber comer” porque, à semelhança do que acontece noutras áreas do saber, as crianças não estão dotadas de conhecimentos para escolher os alimentos em função do seu benefício e valor nutricional. As crianças apreendem os hábitos alimentares através da observação dos adultos, vivenciando a escolha, preparação e confeção dos alimentos. Assim, os primeiros anos de vida da criança são ideais para transmitir conhecimentos importantes, nomeadamente ao nível da alimentação, havendo assim a grande possibilidade de se criarem hábitos alimentares saudáveis que poderão perdurar pela vida fora.

 

Eis algumas dicas importantes que o podem ajudar a melhorar a alimentação do seu filho:

 

  1. Importância da alimentação

 

Na medida do possível, tente explicar ao seu filho a função e a importância dos alimentos, o porque é que a dieta deve ser tão variada e não conter apenas bolachas ou chocolates. Introduza na hora da refeição assuntos relacionados com uma boa nutrição. Por exemplo, pode explicar ao seu filho que a alimentação é importante para crescer forte e saudável. Pode usar a figura de um desenho animado ou herói que ele goste e dizer que a personagem é forte e joga bem futebol porque come sopa, por exemplo. No caso das meninas poderá ser mais estimulante referir que ficarão com os cabelos e olhos mais bonitos, por exemplo.

 

  1. Promova o consumo de alimentos saudáveis

 

De forma a ter uma alimentação equilibrada, o seu filho deve comer fruta e hortícolas frescos todos os dias, uma vez que estes são ricos em vitaminas e minerais, consumir regularmente leguminosas, incluir laticínios e consumir cereais e seus derivados diariamente. No entanto, para promover o consumo destes alimentos é fundamental que estes estejam diariamente disponíveis e acessíveis, uma vez que se não estiverem prontos a consumir, dificilmente a criança os irá ingerir. Assim, tenha sempre alimentos saudáveis preparados, como fruta lavada e cortada em pedacinhos, cenoura descascada, batidos de fruta, leite em doses individuais, fatias de pão cortadas, entre outras opções. As crianças optam sempre pelo mais rápido e fácil.

 

  1. Restrinja o consumo de doces e guloseimas

 

Se o seu filho mantiver uma alimentação saudável, os doces e guloseimas são permitidos em dias especiais; Nestas ocasiões, prefira bolos e snacks caseiros em vez dos embalados ou confecionados com grandes quantidades de açúcar e gordura de má qualidade, mas tenha em atenção que, mesmo em dias de festa, o seu filho não deve exagerar na ingestão destes alimentos; Em dias especiais deve continuar a dar às crianças alimentos saudáveis. Por exemplo, numa festa de anos faça pequenas espetadas de fruta ou tacinhas com bagos de uvas, gomos de tangerina ou amoras e coloque-as junto com os doces. A criança começará a associar a fruta a um momento divertido. Note também que os doces e guloseimas não devem ser usados como recompensa, uma vez que isso lhes confere um estatuto superior ao dos outros alimentos, tornando-os mais preferidos pelas crianças.

 

  1. Seja um exemplo para o seu filho

 

O seu filho aprende, principalmente, por modelação, ou seja, copia o que os pais fazem e é suscetível a imitar as suas preferências, incluindo na hora da refeição. Se mostrar agrado ou desagrado por um alimento é normal que o seu filho o exprima por “imitação”. Portanto, mesmo que não goste de um alimento, se este for saudável, nunca o diga à frente dos seus filhos, nunca deixe de o ter em casa e disponibilizá-lo às refeições. Aproveite este comportamento e faça escolhas saudáveis para colocar no prato. Façam refeições em família para que ele veja o quanto os pais gostam de fruta e vegetais. Até podem brincar de provar novos alimentos juntos!

 

 

  1. Saiba lidar com a recusa alimentar

 

Após recusa, não deve insistir de imediato, já que irá criar um ambiente negativo que vai tornar a aceitação do alimento mais difícil. No entanto, também não deve desistir; faça novas tentativas espaçadas no tempo; serão necessárias cerca de 10 a 15 tentativas para que a criança se adapte ao novo sabor; Não use alimentos como recompensa, por exemplo “Se comeres a sopa, podes comer um gelado.”, isto porque a criança irá começar a gostar mais do alimento recompensa do que aquele que estaria a tentar estimular o consumo. O gosto da criança por um alimento pode variar de dia para dia conforme o apetite. Se a criança for saudável e tiver um crescimento normal, não deve valorizar demasiado as ocasionais recusas alimentares.

 

 

  1. Respeito e autonomia

 

Deve ter em atenção a quantidade de alimento que dá aos seus filhos, eles não comem tanto como um adulto. Respeite a sensação de saciedade da criança. Já o número de refeições ao dia pode ser imposto pela família. Assim, não force a criança a comer, nem lhe faça sempre a vontade, descubra um equilíbrio e deixe-a comer sozinha, oferecendo ajuda ocasionalmente

 

É importante que compreenda o seu filho. Tente perceber e respeitar os seus momentos de saciedade e de fome e adeque a alimentação a esses parâmetros, bem como à rotina familiar. São pequenas atitudes e escolhas dos pais que fazem a diferença na adoção de bons hábitos alimentares pelos seus filhos. Aprendendo desde cedo o conceito de saúde e nutrição, a criança cresce com maior consciência da importância de uma alimentação completa, variada e equilibrada!

 

Caso o seu filho necessite de acompanhamento nutricional, por apresentar peso inadequado para a idade ou necessite de aconselhamento específico, contacte um profissional de saúde.